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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Morrocoy, um paraíso desconhecido no Caribe


Parque Nacional de Morrocoy

Praia do Parque Nacional de Morrocoy
Pollyanna Bastos
Sol, sombra e água fresca... A imagem do Caribe costuma ser relacionada ao paraíso idílico que sonhamos para nossas férias, mas a experiência por lá também pode ser muito divertida fora do esquema luxuoso dos resorts "all inclusive". Quando viajei para a Venezuela tinha o firme propósito de passar boa parte dos meus dias sob a sombra dos coqueiros de belas praias caribenhas, intercalando leitura e mergulhos como únicos esforços permitidos.
Isla Margarita e Los Roques foram as primeiras opções que me passaram pela cabeça, mas um amigo que mora em Caracas, capital venezuelana, sugeriu uma viagem muito mais econômica e emocionante: o Parque Nacional Morrocoy. Para chegar enfrentamos duas horas de ônibus até Maracay, cidade localizada mais ou menos na metade do caminho, de lá pegamos um micro-ônibus local para percorrer o trecho até Tucacas, em alta velocidade e ouvindo reggaeton no último volume.
Praia da ilha Cayo Sombrero
O acesso aos cayos, pequenas ilhas sem fonte natural de água doce, só é feito através de lanchas. Chegando em Tucacas, fomos abordados por dezenas de vendedores oferecendo passagens nas embarcações, mas seguimos a dica de amigos e esperamos para comprar nossos bilhetes o mais perto possível do cais. A cada quarteirão os preços caiam mais e mais, até que conseguimos a oferta de 80 bolívares, o equivalente a dezoito reais, por passagens de ida e volta para o Cayo Sombrero, um dos mais afastados. Nada mal para quem havia se deparado com ofertas iniciais de 300 bolívares.
No caminho compramos mantimentos para o fim de semana e seguimos para o cais felizes pela pechincha, mas nossos sorrisos murcharam assim que subimos na lancha e vimos nosso mediador pagar 30 bolívares ao barqueiro, embolsar o restante e sumir! Ou seja, poderíamos ter economizado ainda mais se fôssemos diretamente ao barco.

Paisagem cinematográfica

Costa da ilha Cayo Sombrero
Shutterstock
    Quando finalmente ancoramos no Cayo Sombrero, a sensação era de ter mergulhado para dentro de algum filme de náufragos ou piratas. A imagem perfeita da ilha perdida no meio do Caribe, com palmeiras e areia branca estava bem ali diante dos nossos olhos.
A diferença é que a ilha não tem nada de deserta. Nos fins de semana o destino é popular entre os venezuelanos, mas pouquíssimos turistas de fora do país são vistos por lá. Mesmo assim não é difícil achar cantos sossegados na praia.
No fim da tarde as lanchas voltam para buscar os últimos passageiros, mas nós resolvemos ficar e acampar. A atividade estava proibida no parque naquela época, por isso novamente seguimos conselhos de amigos que nos disseram para armar a barraca só no final do dia, quando todos os barcos fossem embora, pois assim, se a guarda costeira nos encontrasse, já não teria como nos mandar embora.
Seguimos a recomendação e para nossa surpresa não fomos os únicos, ao cair da noite mais e mais barracas surgiram em pontos distantes da ilha. Aos poucos as pessoas se aproximavam para fazer amizade e confraternizar sob o céu mais estrelado que já vi na vida.
Durante a madrugada o tempo virou e a ilha foi castigada por uma tempestade violenta! Nossa barraca foi uma das poucas que resistiu ao vento, a maioria de nossos novos amigos amanheceu encharcada até a alma. Na manhã seguinte o sol voltou a brilhar e conseguimos aproveitar a praia mais um pouquinho antes de fazer o caminho de volta.
Após dois dias tomando apenas banho de mar e comendo enlatados, voltamos para Caracas famintos e sujos, mas plenamente satisfeitos por termos vivido uma das experiências mais emocionantes de nossas vidas.

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