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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Como se forma a personalidade

homem com fone de ouvido
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Muitas vezes nos perguntamos quais os motivos que levam uma pessoa a fazer determinadas escolhas ou ter certas atitudes diante de uma situação. "Por que ela escolheu tal profissão?"; "Por que prefere música clássica e não gosta de rock?"; "Por que tal pessoa é tão extrovertida, enquanto outras têm receio de falar com o vizinho?"; "Por que alguém é tão perfeccionista, enquanto outros são relapsos em seus afazeres?".
Esses questionamentos nos mostram que algumas pessoas, sob as mesmas circunstâncias, têm diferentes comportamentos. A maneira como agimos, decidimos e pensamos também são reflexos da nossa personalidade.
A personalidade é um conjunto de características ou traços que diferencia os indivíduos. Ela é formada pelos aspectos cognitivos, afetivos, fisiológicos e morfológicos de uma pessoa, determinando um padrão de comportamento persistente, que se repete em todos os contextos de sua vida: o modo como percebe as situações, como pensa a respeito de si mesmo e sobre mundo, e como se relaciona com os outros.
Tendo em vista que a personalidade determina a ação de um indivíduo, ao conhecê-la, podemos imaginar ou prever o que ele fará diante de determinada situação.
família
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Em primeiro lugar, não podemos esquecer que o ser humano é biopsicossocial, ou seja, toda sua dinâmica é composta pela influência dessas três esferas: genética, psicológica e social. A origem do comportamento humano, e consequentemente da personalidade, segue essas vertentes: de um lado estão as características genéticas e fisiológicas e de outro suas experiências e relações com o mundo.
Dessa forma, o ser humano não pode ser considerado como um produto exclusivo de seu meio. Nem como um aglomerado dos reflexos condicionados pela cultura que o rodeia e despido de qualquer elo mais nobre de sentimentos e vontade própria. Não pode, tampouco, ser considerado um punhado de genes, programados como uma máquina para agir desta ou daquela maneira. A personalidade se forma a partir da herança genética de nossos pais, associada com o ambiente em que vivemos e todas as experiências que vamos acumulando.
É a partir da relação com seus pais que a criança aprende conceitos a respeito de si mesmo e do mundo a sua volta. Por exemplo, uma família que está sempre encorajando uma criança a enfrentar os desafios da vida de forma afetuosa e positiva, que coloca limites claros e mantém um bom nível de comunicação provavelmente irá dar subsídios para a construção de uma boa autoestima. É provável que a família, através da boa comunicação, ensine a criança a lidar com os desafios e frustrações que surgirão ao longo de toda a sua vida, com mais recursos e experiências.
Outro exemplo é o da criança cujos pais são superprotetores. Ao não permitirem que os filhos brinquem, por exemplo, num parque por temerem que estes se machuquem, ao não deixá-los ir à casa de um amiguinho por imaginarem que não serão cuidados adequadamente ou ao evitarem expô-los aos desafios normais da vida, estes pais podem provocar o sentimento de que viver é um risco, trazendo o forte traço de insegurança para a personalidade dos filhos. Dessa forma, é provável que um ambiente que corte as possibilidades de aprendizado possa contribuir para uma personalidade com traços de ansiedade e medo.
criança contra o vidro
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Não existe uma personalidade boa ou ruim, certa ou errada; os traços ou características de personalidade são advindos das crenças que construímos ao longo da vida e das experiências que obtemos a partir das relações interpessoais desde nossa infância. Quando os traços de personalidade se tornam rígidos, inflexíveis, mal-adaptativos e tem potencial para causar prejuízos significativos nas relações interpessoais, se transformam em quadros patológicos graves, denominados transtornos de personalidade.
Diferente do traço de personalidade, o transtorno de personalidade exerce enorme pressão sobre a vida da pessoa, impedindo-a de viver plenamente, pois provoca a falta de flexibilidade com sensações e sentimentos que a fazem enxergar as situações sempre da mesma maneira.
Por exemplo, existem indivíduos que têm necessidade de serem cuidados, submissos, têm sempre medo de separações. Têm dificuldades para tomar decisões, necessitam que os outros assumam a responsabilidade de seus atos, não discordam, não iniciam projetos. Sentem-se muito mal quando sozinhos, evitando isso a todo custo. Outros podem ser mentirosos, enganadores e impulsivos, sempre procurando obter vantagens sobre os demais.
Qual é a diferença entre o traço de personalidade e o transtorno de personalidade? Pode-se dizer que os traços de personalidade são a maneira de ser da pessoa, o modo de sentir as emoções ou o jeito de agir. Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços são muito inflexíveis, quando padrões rígidos são repetidos e prejudicam a adaptação do indivíduo às situações que enfrenta. Os Transtornos de Personalidade formam uma categoria de problemas mentais nos quais existe a falta de aptidão para lidar normalmente com determinadas situações.
Os transtornos de personalidade são difíceis de tratar, pois se apresentam como rígidos padrões de comportamento que quase não se consegue alterar. Paranóide, esquizóide, antissocial e obsessivo-compulsivo são alguns exemplos desses transtornos.

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